Apesar de normalmente pensarmos assim, o salário não é um fator determinante para criar dívidas financeiras. Claro que muitas das pessoas endividadas no Brasil estão na faixa de pobreza, recebendo um salário mínimo de R$880 para sustentar toda a família. Nesses casos, poucas ações podem ser tomadas para diminuir as dívidas, já que são as condições injustas de trabalho que determinam os atrasos no aluguel, luz, água.
Entretanto, muitas vezes pessoas com menores salários possuem menos dívidas porque se veem obrigados a planejar melhor os gastos. O que se nota é que grande parte da classe baixa e média começa a se endividar por volta dos 30 anos, quando está iniciando uma família e a busca por qualidade de vida caminha mais rápido do que a estabilidade financeira.
O que nos faz endividar?
O principal fator que gera dívidas é a idade. Quanto mais velhos ficamos, mais parcelamos compras de grandes valores, como apartamento ou carro, mais financiamentos são feitos e nos vemos mais obrigados a possuir coisas que não são exatamente fundamentais para viver.
A vontade de se adequar a um estilo de vida que muitas vezes não corresponde às condições financeiras é a grande vilã na hora de gerar dívidas. Acompanhado disso vem os gastos com saúde, normalmente muito maiores e inesperados.
Ou seja, o maior fator gerador de dívidas é nossa confiança absurda no “eu do futuro”, aquele que vai entrar na linha, economizar, gastar com as coisas certas, ser bem sucedido e alcançar tudo aquilo que desejamos. O erro é em não impulsionar o “eu do presente” para correr atrás disso tudo a partir de hoje.
Como sair das dívidas?
Algumas pequenas mudanças na vida financeira são muito mais poderosas do que outras, impulsionando para melhorias significativas. Nós já comentamos aqui no blog sobre como começar um planejamento financeiro, aplicativos que ajudam na gestão diária e como transformar a economia em rotina.
Sair das dívidas caminha lado a lado com entrar em uma disciplina de economia. A movimentação do FGTS este ano é uma ótima forma de quitar dívidas se ele for usado para valer a pena. A partir daí, oferecemos duas dicas grandiosas e simples para começar a usar o dinheiro de forma consciente e guardar o que você vai ver que sobra:
- Faça uma previsão de seus gastos variáveis de cada mês e saque este dinheiro para usar apenas aquilo que está em mãos;
- A quantidade que ficar em sua conta, agende para depositar automaticamente em uma poupança.
Parecem ações insignificantes, mas garantimos que, com disciplina, vão permitir um respiro que vai se tornando maior a cada mês que passa. Aproveite para começar já! Você pode cortar algum gasto desnecessário de seu cotidiano? Pode diminuir contas de telefone ou TV? Contratar planos mais baratos de celular? Some a diferença de dinheiro que sobrar e agende um depósito automático em sua poupança. Confiar no seu eu de agora vai valer a pena.